Nível intermediariário: maldição ou benção?
Entenda por que você acha que parou de evoluir depois que entrou no nível intermediário. A explicação desse enigma vai te deixar bem animado.
Por Luciano Peixoto 12/05/2021
Quando nós aprendemos algo novo, há momentos em que avançamos rapidamente e momentos em que avançamos mais devagar. Tipicamente, o nível intermediário é o período que nós fazemos menos progresso comparativamente aos estágios anteriores. Isto é verdade para todo tipo de aprendizado – uma língua, um esporte ou um trabalho. No nível intermediário, o progresso é usualmente mais lento porque nós estamos mais focados em superar alguns erros, do que propriamente dominar novas estruturas ou vocábulos, ainda que isso continua acontecendo, ainda que em uma medida menor. Devido a isso, os alunos geralmente sentem que estão estacionados no mesmo nível, e que não estão desenvolvendo seus conhecimentos. Nós professores usualmente chamamos esse estágio de “platô intermediário” ou, como é chamado em inglês, “the intermediate plateau”.
Nos meus longos anos como professor de inglês pude perceber que os alunos passam por dois momentos em termos de empolgação e motivação com o novo idioma. O primeiro deles, que seria do início do aprendizado até o final dos módulos básicos, eles ficam bem empolgados e otimistas. Afinal, o aluno que saiu do “zero”, agora já sabe se comunicar no básico. Porém, após eles chegarem em um nível melhor, ou didaticamente, no nível intermediário, eles começam a se desmotivarem por achar que não “estão aprendendo mais nada de novo”. Alguns vão além, e dizem que estão “desaprendendo”. No blog de hoje iremos tratar desse assunto.
E para começar, vai aí a pergunta: os alunos têm ou não razão? Afinal: há um momento no nível intermediário que eles deixam de avançar?
A resposta é, sim e não. SIM, porque a velocidade do aprendizado de fato diminui. A explicação para isso é a referência da comparação. Num primeiro momento, os alunos comparam o conhecimento que acumularam, com aquele que eles tinham no memento imediatamente anterior. Dessa forma, nos estágios iniciais a sensação será de grandes avanços. Há 6 meses atrás não falava nada em inglês, e agora já falo bastante. Que progresso!
Com o passar do tempo, o aluno tem aumentado a sua base de comparação. A sua referência. No nível intermediário, o aluno já tem uma bagagem de conhecimento bem razoável. Após atingir esse nível, 6 meses já não mostrarão avanços que tão notórios. E por isso, o aluno já não fica mais tão impactado como costumava ficar quando pegava outras aulas a um tempo atrás. Nos estágios mais iniciantes, tudo era novidade. Cada verbo novo, por mais básico que fosse, seu aprendizado era celebrado como uma grande conquista. Justamente por ser básico, aquele vocabulário era ainda mais essencial.
Apesar desse panorama, isso não significa que o aluno do nível intermediário não está aprendendo. Daí, a resposta NÃO à pergunta feita anteriormente. Ou seja, os alunos do nível intermediário estão aprendendo sim. No entanto, eles devem tem a consciência que esse aprendizado é silencioso. Silencioso, porque é conquistado sem grande estardalhaço.
O grande foco do nível intermediário
Isso acontece porque o foco agora no nível intermediário é outro. O foco agora é trazer uma melhoria geral: corrigir antigos vícios, usar a gramática correta, acabar com aqueles erros básicos, trabalhar estruturas mais complexas.
Sabe aquela coisa de esquecer de colocar o verbo “to be”, o “Do” ou o “Does” antes de sujeito nas perguntas? De esquecer de adicionar o “s” nas terceiras pessoas do singular na afirmativa no Presente Simples? Pois bem, agora é o momento de deixar tudo isso no automático. É hora do aluno parar de falar que é difícil, e dominar de uma vez por todas, os verbos irregulares no seu infinitivo, passado e particípio da passado – por exemplo: “fly, flew, flown”. Se assim ele não fizer, como poderá manejar bem o “Present Perferct Tense” ou a “Passive Voice” ?
Por tudo isso, vê-se que no nível intermediário a automação das regras gramaticais e de estruturas em geral deve ser uma prioridade para os alunos. Como consequência, à medida que o aluno do nível intermediário vai pegando aulas, esses erros vão finalmente ficando para trás.
Mas algo interessante acontece aqui: muitos alunos não percebem esse progresso como avanço. A explicação para isso talvez resida no fato que para alguns, eles estão fazendo nada mais que a obrigação, pois a maioria desses erros já poderiam ter sido corrigidos lá atrás no nível básico.
Podemos concluir então que o estágio do “platô intermediário” é sim necessário, e não deveria deixar os alunos preocupados ou desmotivados. A sensação que não se está mais aprendendo nada de novo embora comum, é falsa. No nível intermediário o aluno está lidando com todos os vocábulos, tempos verbais e estruturas já adquiridos – e não é pouca coisa não, diga-se de passagem. O desafio agora é deixar tudo fluir de modo natural, principalmente na fala.
Dessa forma, quando você chegar no nível intermediário do seu curso de inglês, não desista! Não fique desmotivado! Pare de apontar culpados - você, a metodologia da escola etc. Se a sua vontade é continuar crescendo no conhecimento da língua inglesa, lembre-se e diga: “passarei pelo platô intermediário sim, com confiança, porque após ele, serei recompensado com uma base muito sólida para me tornar um excelente nível avançado”.
Por Luciano Peixoto 12/05/2021
Quando nós aprendemos algo novo, há momentos em que avançamos rapidamente e momentos em que avançamos mais devagar. Tipicamente, o nível intermediário é o período que nós fazemos menos progresso comparativamente aos estágios anteriores. Isto é verdade para todo tipo de aprendizado – uma língua, um esporte ou um trabalho. No nível intermediário, o progresso é usualmente mais lento porque nós estamos mais focados em superar alguns erros, do que propriamente dominar novas estruturas ou vocábulos, ainda que isso continua acontecendo, ainda que em uma medida menor. Devido a isso, os alunos geralmente sentem que estão estacionados no mesmo nível, e que não estão desenvolvendo seus conhecimentos. Nós professores usualmente chamamos esse estágio de “platô intermediário” ou, como é chamado em inglês, “the intermediate plateau”.
Nos meus longos anos como professor de inglês pude perceber que os alunos passam por dois momentos em termos de empolgação e motivação com o novo idioma. O primeiro deles, que seria do início do aprendizado até o final dos módulos básicos, eles ficam bem empolgados e otimistas. Afinal, o aluno que saiu do “zero”, agora já sabe se comunicar no básico. Porém, após eles chegarem em um nível melhor, ou didaticamente, no nível intermediário, eles começam a se desmotivarem por achar que não “estão aprendendo mais nada de novo”. Alguns vão além, e dizem que estão “desaprendendo”. No blog de hoje iremos tratar desse assunto.
E para começar, vai aí a pergunta: os alunos têm ou não razão? Afinal: há um momento no nível intermediário que eles deixam de avançar?
A resposta é, sim e não. SIM, porque a velocidade do aprendizado de fato diminui. A explicação para isso é a referência da comparação. Num primeiro momento, os alunos comparam o conhecimento que acumularam, com aquele que eles tinham no memento imediatamente anterior. Dessa forma, nos estágios iniciais a sensação será de grandes avanços. Há 6 meses atrás não falava nada em inglês, e agora já falo bastante. Que progresso!
Com o passar do tempo, o aluno tem aumentado a sua base de comparação. A sua referência. No nível intermediário, o aluno já tem uma bagagem de conhecimento bem razoável. Após atingir esse nível, 6 meses já não mostrarão avanços que tão notórios. E por isso, o aluno já não fica mais tão impactado como costumava ficar quando pegava outras aulas a um tempo atrás. Nos estágios mais iniciantes, tudo era novidade. Cada verbo novo, por mais básico que fosse, seu aprendizado era celebrado como uma grande conquista. Justamente por ser básico, aquele vocabulário era ainda mais essencial.
Apesar desse panorama, isso não significa que o aluno do nível intermediário não está aprendendo. Daí, a resposta NÃO à pergunta feita anteriormente. Ou seja, os alunos do nível intermediário estão aprendendo sim. No entanto, eles devem tem a consciência que esse aprendizado é silencioso. Silencioso, porque é conquistado sem grande estardalhaço.
O grande foco do nível intermediário
Isso acontece porque o foco agora no nível intermediário é outro. O foco agora é trazer uma melhoria geral: corrigir antigos vícios, usar a gramática correta, acabar com aqueles erros básicos, trabalhar estruturas mais complexas.
Sabe aquela coisa de esquecer de colocar o verbo “to be”, o “Do” ou o “Does” antes de sujeito nas perguntas? De esquecer de adicionar o “s” nas terceiras pessoas do singular na afirmativa no Presente Simples? Pois bem, agora é o momento de deixar tudo isso no automático. É hora do aluno parar de falar que é difícil, e dominar de uma vez por todas, os verbos irregulares no seu infinitivo, passado e particípio da passado – por exemplo: “fly, flew, flown”. Se assim ele não fizer, como poderá manejar bem o “Present Perferct Tense” ou a “Passive Voice” ?
Por tudo isso, vê-se que no nível intermediário a automação das regras gramaticais e de estruturas em geral deve ser uma prioridade para os alunos. Como consequência, à medida que o aluno do nível intermediário vai pegando aulas, esses erros vão finalmente ficando para trás.
Mas algo interessante acontece aqui: muitos alunos não percebem esse progresso como avanço. A explicação para isso talvez resida no fato que para alguns, eles estão fazendo nada mais que a obrigação, pois a maioria desses erros já poderiam ter sido corrigidos lá atrás no nível básico.
Podemos concluir então que o estágio do “platô intermediário” é sim necessário, e não deveria deixar os alunos preocupados ou desmotivados. A sensação que não se está mais aprendendo nada de novo embora comum, é falsa. No nível intermediário o aluno está lidando com todos os vocábulos, tempos verbais e estruturas já adquiridos – e não é pouca coisa não, diga-se de passagem. O desafio agora é deixar tudo fluir de modo natural, principalmente na fala.
Dessa forma, quando você chegar no nível intermediário do seu curso de inglês, não desista! Não fique desmotivado! Pare de apontar culpados - você, a metodologia da escola etc. Se a sua vontade é continuar crescendo no conhecimento da língua inglesa, lembre-se e diga: “passarei pelo platô intermediário sim, com confiança, porque após ele, serei recompensado com uma base muito sólida para me tornar um excelente nível avançado”.